Doença de Parkinson

A Doença de Parkinson, clinicamente conhecida como mal de Parkinson, representa uma condição degenerativa progressiva do sistema nervoso central, caracterizada pela redução acentuada na produção de dopamina, um neurotransmissor essencial na transmissão de sinais entre células nervosas. A dopamina desempenha um papel crucial na facilitação dos movimentos voluntários do corpo de forma automática, permitindo a execução de ações musculares sem a necessidade de um controle consciente. Quando há deficiência de dopamina, particularmente na região encefálica denominada substância negra, ocorre a perda do controle motor, desencadeando os sintomas distintivos da doença.

À medida que ocorre o processo de envelhecimento, indivíduos considerados saudáveis experienciam uma degeneração progressiva das células nervosas produtoras de dopamina. Por outro lado, certos indivíduos apresentam uma aceleração desse declínio celular, resultando na manifestação precoce dos sintomas característicos da doença.

Os sintomas primários do mal de Parkinson englobam a lentidão nos movimentos, rigidez nas articulações do punho, cotovelo, ombro, coxa e tornozelo, além de tremores de repouso predominantes nos membros superiores e frequentemente unilateral. Adicionalmente, os pacientes podem experimentar desequilíbrio e manifestações não motoras, como diminuição do olfato, distúrbios intestinais e do sono.

Uso terapêutico da cannabis no tratamento do Parkinson

Em 2014, um estudo pioneiro envolvendo o canabidiol (CBD) em pacientes com Parkinson demonstrou eficácia na melhora da qualidade de vida e do bem-estar geral, sem ocorrência de efeitos colaterais significativos. O professor José Alexandre Crippa, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, um dos responsáveis pelo estudo, ressaltou que todos os medicamentos convencionais atualmente empregados no tratamento do Parkinson atuam predominantemente no sistema dopaminérgico, enquanto o CBD possivelmente exerce sua ação no sistema endocanabinoide, que compartilha semelhanças com os compostos químicos presentes na Cannabis sativa. Essa peculiaridade pode explicar a ausência de efeitos adversos e representa um avanço significativo na busca por alternativas terapêuticas.

Outra observação relevante foi a estabilidade dos sintomas psiquiátricos, sem flutuações de humor frequentemente associadas ao uso de medicamentos para controle dos sintomas não motores do Parkinson, como depressão e ansiedade.

Estudos adicionais

Um estudo abrangente conduzido em 2019 investigou os relatos de 1.348 pacientes sobre o uso medicinal da cannabis no tratamento do Parkinson. Os resultados, publicados em um periódico da Associação Alemã de Parkinson, revelaram que 54% dos pacientes considerados usuários frequentes relataram melhorias significativas nos sintomas da doença. Além disso, mais da metade dos usuários frequentes e moderados relataram uma eficácia superior da cannabis em comparação aos medicamentos tradicionais, como a Levodopa, amplamente utilizada no tratamento do Parkinson.

Necessidade de mais pesquisas

Apesar dos resultados encorajadores, persistem controvérsias quanto aos benefícios dos compostos da cannabis no tratamento do Parkinson. O cirurgião oncológico e mastologista Leandro Ramires enfatiza o potencial do CBD e do THC na proteção e na regeneração das células nervosas afetadas, porém ressalta a importância de estudos clínicos robustos para embasar a utilização da cannabis medicinal como complemento aos tratamentos convencionais.

Por sua vez, o neurologista Francisco Eduardo Cardoso destaca a controvérsia em relação aos produtos derivados da cannabis no contexto específico do Parkinson, apontando para estudos que questionam os benefícios motores desses compostos.

Um estudo conduzido por José Alexandre S. Crippa, Jaime E. C. Hallak e Rafael G. dos Santos, publicado em 2019 na Revista de Medicina da USP, sugere que o CBD pode reduzir tanto os sintomas motores quanto os não motores da doença de Parkinson.

Literatura Científica
https://revista.unipacto.com.br/index.php/multidisciplinar/article/view/1277
https://www.revistas.usp.br/revistadc/article/view/150613
https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/54101
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1744388119309867
https://www.liebertpub.com/doi/abs/10.1089/can.2019.0068
https://periodicos.cerradopub.com.br/bjs/article/view/229
https://content.iospress.com/articles/journal-of-parkinsons-disease/jpd202260

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